AA Juventude

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Futebol de salão ou Futsal

Também referido pelo acrônimo futsal) é o futebol adaptado para prática em uma quadra esportiva por times de cinco jogadores. As equipes, tal como no futebol, têm como objetivo colocar a bola na meta adversária, definida por dois postes verticais limitados pela altura por uma trave horizontal. Quando tal objetivo é alcançado, diz-se que um gol foi marcado, e um ponto é adicionado à equipe que o atingiu. O goleiro, último jogador responsável por evitar o gol, é o único autorizado a segurar a bola com as mãos. A partida é ganha pela equipe que marcar o maior número de gols em 40 minutos divididos em dois tempos.

Devido às proporções da área de jogo, o menor número de jogadores e a facilidade em que se pode jogar uma partida, o futsal já é considerado por muitos como o esporte mais praticado do Brasil, superando o futebol que ainda assim é o mais popular.[1]

A rigor, existem duas modalidades do esporte, sendo uma delas a mais antiga, estabelecida quando a Federação Internacional de Futebol de Salãoou futsal de quadra (FIFUSA) regulamentava a prática do esporte e por isso conhecida como futebol de salão-FIFUSA e a outra, estabelecida sob a regulamentação da FIFA, conhecida como futsal (embora esse termo atualmente denomine indistintamente a prática do esporte nas duas versões). As diferenças limitam-se a algumas poucas regras, mas que acabam influenciando sensivelmente a dinâmica e a plástica do jogo.

O Treinador e sua Liderança em equipe

O treinador deve ter algumas qualidades básicas que permitam a sua atuação com maior probabilidade de sucesso, as principais qualidades que podem contribuir para seu êxito são: Conhecimento, Comunicação e Disciplina (BECKER JR., 2000). Leal (2001) destaca inúmeras outras qualidades, como: amor, capacidade pedagógica, caráter, carisma, compreensão, confiança, criatividade, estabilidade emocional, motivação, persistência, respeito, responsabilidade, versatilidade, entre outras.

Jackson e Delehanty (1997), coloca que a luta que todo treinador enfrenta é fazer que os membros da equipe, que em geral buscam a glória individual, entreguem-se inteiramente ao esforço grupal. Técnicos são líderes que buscam assegurar a cada participante oportunidades máximas de alcançar o sucesso e líderes bem sucedidos também tentam assegurar que o sucesso individual ajude a alcançar o sucesso da equipe (GOULD e WEINBERG, 2001).

O treinador é o líder, e para tanto deverá ser condutor e articulador das relações entre os atletas de sua equipe. Ser líder é saber lidar com as diferenças no grupo e não tornar todos iguais (FRANCO, 2000). Barrow (1997), citado por Gould e Weinberg (2001), afirma que a liderança poderia ser considerada de forma genérica como sendo o processo comportamental de influenciar indivíduos e grupos na direção de metas estabelecidas. O técnico deve manter equilíbrio e energia no conjunto de suas ações e ter a habilidade necessária para corrigir e criticar seus jogadores (CARRAVETTA, 2006).

Salmela apud Becker Jr (2002), sugere alguns fatores necessários a um treinador para que atinja o alto nível no seu trabalho: Envolvimento precoce no esporte; Aprendizagem através de mentores; Carreira precoce como treinador; Outras fontes de conhecimento; Construção da equipe; Manejo nos treinos e competições e Trabalho duro. Técnicos que são bons líderes fornecem não apenas uma visão daquilo que se luta, mas também a estrutura, a motivação e o apoio do dia a dia para transformar a visão em realidade. Um líder sabe para onde o grupo ou a equipe está indo (sua metas e objetivos) e fornece a direção e os recursos para chegar lá (GOULD e WEINBERG, 2001).

A condição de liderança está relacionada com o processo de interação entre as pessoas as quais se apresentam com responsabilidades e metas a serem atingidas dentro de uma determinada tarefa. O fenômeno da liderança mostra algumas funções como: otimização dos processos de interação, organização do grupo para que seja eficaz a solução da tarefa e condução do grupo para os objetivos planejados (SAMULSKI, 1995).

A eficácia de uma boa comunicação depende da construção de uma relação de mútuo respeito entre treinador, os atletas, a comissão técnica, os diretores, as federações, a imprensa, os árbitros, a torcida e até os adversários. Onde houver alguma comunicação inadequada, entre o treinador e estas pessoas ou entidades, poderão iniciar um conflito que gerará, através, também da comunicação um núcleo de resistência e de combate sua figura e seu trabalho (BECKER JR., 2002).

Voser (2005) coloca que o líder deve também estar ciente de que o grau de motivação e envolvimento das pessoas em processos de trabalho conjunto depende, em essência de alguns fatores: Informação; Valorização da Tarefa; Constância Participativa; Apoio; Feedback; Reconhecimento; Liberdade de Expressão. A observação dos 7 pontos assinalados podem ajudar de forma decisiva na tarefa de liderar grupos de trabalho, além de facilitar o treinador ou supervisor em intervir nos possíveis desgastes que poderão ocorrer no convívio da equipe de trabalho.

Para avaliar e medir os comportamentos de liderança, incluindo as preferências dos atletas por comportamentos específicos, as percepções dos atletas dos comportamentos dos seus técnicos e as percepções dos técnicos de seu próprio comportamento, Chelledurai e Saleh (1980) criaram um instrumento chamado Leadership Scale for Sport – LLS. Segundo este instrumento pode-se verificar:

- Conduta Educativa: Conduta do treinador dirigida a melhorar a execução dos desportistas por meio da insistência e facilitação do treinamento exigente e duro, instruindo-lhes nas técnicas e táticas do esporte, clareando as relações entre os componentes da equipe, estruturando e combinando as relações dos mesmos.

- Conduta Democrática: Conduta do treinador que concede grande participação dos desportistas nas decisões concernentes as metas do grupo, os métodos práticos, as práticas e as estratégias de jogo.

- Conduta Autocrática: Conduta do treinador que inclui independência nas tomadas de decisões e enfatiza a autoridade pessoal.

- Conduta de Apoio Social: Conduta do treinador caracterizada por uma preocupação individual pelos seus desportistas, pelo seu bem estar, por um ambiente positivo para o grupo e pelas relações afetuosas com os componentes do mesmo.

- Conduta de Feedback Positivo: Conduta do treinador que inclui a aplicação de reforços a um desportista como um reconhecimento e recompensa por uma boa atuação.

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O Treinador

O treinador deve ser o grande líder e disciplinador da equipe, para poder comandar de forma correta os seus jogadores durante os treinos e jogos. Ele deve também ser didático, para saber planejar os seus treinamentos adaptados à idade de seus atletas e as qualidades por eles reveladas. As funções do treinador segundo ele seriam comandar os treinos (táticos, técnicos, dois toques, coletivo e recreativo), dar preleção antes dos jogos, comentários após os jogos, se possível estudos sobre os futuros adversários, uma supervisão à disciplina dentro da quadra de jogo, uma supervisão junto aos seus auxiliares (comissão técnica) e um acompanhamento superficial da vida de seus jogadores fora de seu ambiente de trabalho (ZILLES, 1999).

Para Carravetta (2001) é o especialista mais próximo dos jogadores. Pela multiplicidade de funções que desempenha - é técnico, educador, organizador, conselheiro, estrategista e líder – exerce significativa influência no comportamento dos atletas. O técnico é um dos principais alicerces do esporte, se não o principal. É ele o grande gênio que, através de suas fórmulas e técnicas, consegue transformar adolescentes em atletas e pessoas de caráter. Ele influencia na educação dos jovens desportistas, uma vez que é uma referência. (MARQUES, 2003).

Devido às suas características pessoais e a sua formação profissional apresentam diferentes manifestações de comportamento, segundo Carravetta, alguns são pontuais, disciplinadores, autoritários ou exigentes; outros são organizados, valorizam os aspectos pedagógicos e metodológicos em suas proposições técnicas e táticas, respeitam as regras morais e éticas em suas relações esportivas e estão comprometidos com o desenvolvimento do futebol. Os grandes líderes têm habilidades de entender as percepções, pensamentos e sentimentos de outras pessoas (empatia). A empatia permite conhecer motivos, interesses e necessidades de seus atletas (SAMULSKI, 1995).

Como cita Becker Jr (2000) a função de treinador é uma das mais difíceis, mas também pode ser muito gratificante. Vencer competições nas mais distantes cidades, proporcionar um clima de crescimento individual e grupal de seus atletas, ser reconhecido por toda uma sociedade e ganhar um bom dinheiro por isso, são alguns dos motivos que levam uma pessoa a encaminhar-se para aquela profissão.

Para Smoll (1988) alguns pontos devem ser recordados e postos em prática. São eles: os treinadores são professores; os treinadores têm como tal de utilizar um estilo positivo de intervenção no treino; este estilo baseia-se em elogios, encorajamentos no sentido de favorecer o comportamento desejado e de motivar os jogadores a realizá-lo; elogiar tanto o esforço por alcançar um objetivo, como o bom resultado em si; ao dar indicações técnicas para corrigir um erro, deve-se ao começar por realçar algo que tenha sido bem executado.

O apoio psicológico, a inserção geral do atleta no grupo, a segurança individual ao atleta e a equipe, o respeito ao espírito esportivo, o controle, as intervenções e a orientação de procedimentos técnicos ou táticos são as principais funções do treinador. (CARRAVETTA, 2006). O treinador deve ser calmo, mas deve exercer severo controle sobre os jogadores, mantendo-os todo o tempo sob comando para não perderem a concentração durante treinos e jogos, mas sempre de maneira tranqüila, cortês e educada. Cobrar com rigor os erros cometidos, falta de atenção e má conduta pessoal e profissional, mas dentro do espírito de magnânima justiça. Valorizar e enaltecer o positivo, em contrapartida (LEAL, 2001).

Segundo Martens apud Samulski (1995), o líder efetivo apresenta 5 ações importantes: Estabelecer objetivos e metas concretas; Construir um ambiente social e psicológico favorável; Instruir valores; Motivar os membros para o alcance dos objetivos e metas e Comunicar com os atletas. Singer (1977) afirma que liderança é uma relação entre a personalidade do indivíduo e a situação, uma vez que toda situação requer talentos especiais para enfrentá-la e resolver os problemas que surgem dela. A liderança deve ser considerada bastante específica à tarefa.

A liderança efetiva ajusta-se à situação específica, a efetividade do estilo de liderança de um treinador é derivada da sua capacidade de adaptação às situações (GOULD e WEINBERG, 2001). Para Samulski (1995), líder é aquele que coordena os processos de interações e comunicações existentes na transmissão do fenômeno da liderança. O líder deve ser eficaz na transmissão de mensagens, apresentarem boa capacidade de solucionar problemas e tomar decisões apropriadas. Cabem ao líder as seguintes funções: Facilitar a comunicação interpessoal, organizar e orientar os esforços do grupo dentro de uma tarefa específica, ser capaz de satisfazer as necessidades do mesmo.
O profissional do esporte vai influenciar seu atleta positiva ou negativamente conforme suas atitudes e sua personalidade (MACHADO, 1997).

Hendry apud Machado (1997), em suas pesquisas, segundo depoimentos de atletas e demais técnicos, encontrou que o técnico ideal seria aquele indivíduo estável, sociável, criativo, inteligente, que assumiria riscos calculados, confiante e seguro e que poderia tranqüilamente manter o controle em situações tensas e adversas especificamente do esporte. A personalidade estereotipada do técnico geralmente não influencia as vitórias e derrotas; ao contrário, o comportamento de um técnico bem sucedido geralmente indica um enfoque flexível no qual ele é capaz de lidar de vários modos com numerosas pessoas e situações encontradas no esporte (CRATTY, 1984).

Becker Jr. (2000), relata que um dos fatores importantes no ambiente esportivo é que cada torcedor, por menor que seja sua escolaridade ou experiência na área, acredita que sabe tudo sobre a matéria e ainda da arte de treinar. Assim, cada torcedor opina, julga e critica abertamente o treinador de sua equipe, sempre que esta é derrotada. Para alguns é a função mais ingrata do esporte, se a equipe perder, o treinador é geralmente o responsável. De Abreu (1993) estabelece e avalia pelo menos cinco categorias gerais do treinador:

- Treinador Autoritário ou Ditador - Este tipo de treinador tem várias limitações, por exemplo: seu juízo nem sempre é acertado e seu código pessoal, algumas vezes, não vê outras soluções possíveis aos problemas individuais ou da equipe. Características:
- Crê firmemente na disciplina;
- Com freqüência usa medidas punitivas para reforçar as regras;
- É rígido com os programas ou planos;
- Pode ser cruel ou sádico;
- Não gosta de uma relação interpessoal íntima;
- Com freqüência é religioso e moralista;
- Usa ameaças para motivar os atletas.

- Treinador Flexível ou Democrático - As características desse tipo de treinador são opostas às do treinador autoritário. O Flexível é agradável aos demais e está profundamente preocupado com o bem estar de seus atletas. Inspira respeito, por razões extremamente diferentes do treinador anterior. É popular e sociável. Características:
- Geralmente, se relaciona muito bem com as pessoas;
- Usa meios positivos para motivar os atletas;
- É muito complacente na planificação;
- Com freqüência é experimental.

- Treinador Condutor - Em muitos aspectos este tipo de treinador tem traços de treinador autoritário. É similar na ênfase á disciplina, na força de vontade e na sua agressividade. Diferencia-se pois é menos punitivo e mais emocional. Características:
- Está freqüentemente preocupado;
- Recebe os problemas de forma pessoal;
- Investe intermináveis horas no material didático;
- Sempre exige mais do atleta;
- Motiva o atleta com seu exemplo

- Treinador Pouco Formalista - É exatamente o oposto do treinador autoritário. Aparenta não sofrer nenhum tipo de pressão. Para ele, tudo não é mais do que um desporto interessante, o qual se tem o prazer de ganhar. Características:
- Não parece levar as coisas a sério;
- Não gosta dos programas;
- Não fica nervoso com facilidade;
- Dá a impressão de que tudo está sob controle.

- Treinador Formal ou Metódico - Este tipo de treinador aparece com mais regularidade na cena esportiva. Em geral sempre está interessado em aprender, raras vezes é egoísta e poucas vezes crê ter todas as respostas. Este treinador está se convertendo cada vez mais em uma ciência exata, usa todos os meios para acumular informações de seus oponentes. Características:
- Aproxima-se do esporte de forma calculada e bem organizada;
- É muito lógico no seu enfoque;
- É frio em suas relações pessoais;
- Possui alto nível intelectual;
- É pragmático e perseverante

Os poucos estudos existentes indicam que as mulheres treinadoras possuem os mesmos traços e necessidades de seus correlativos masculinos. Uma treinadora vitoriosa era tida como possuidora de alto nível de autoconfiança, dominação, sucesso, resistência psicológica, sentimentos de aceitação e heterossexualidade. Entre outras qualidades positivas atribuíveis as treinadoras vitoriosas (principalmente aquelas de equipes de basquete) está a necessidade de manter amizades (CRATTY, 1984).

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História do Futsal Feminino no Brasil

O Futebol Feminino é praticado por mulheres desde muito tempo, entre o final da década de 1910 e início dos anos 20 alcançara grande sucesso na Europa. Anos depois em 1940, no Brasil, a edição de abril da revista Educação Física informava a realização de uma “interessante partida de futebol entre senhoritas” no Rio de Janeiro, que “constituiu um espetáculo de grande sucesso, causando assim sensação em nosso mundo desportivo”.

De imediato, a novidade representada pela aparição e desenvolvimento dessas equipes despertou amor e ódios no eixo Rio – São Paulo. Porém, alguns zelosos desportistas recebiam com estranheza as notícias que chegavam dos subúrbios cariocas. Tanta estranheza que um deles, um certo José Fuzeira , não relutou em escrever ao presidente Getúlio Vargas para “solicitar a clarividente atenção de V. Ex. para que seja conjurada uma calamidade que está prestes a desabafar em cima da juventude feminina do Brasil” (FRANZINI, 2005). E explicava:

[Venho] Solicitar a clarividente atenção de V. Ex. para que seja conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, Senhor Presidente, ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar esse esporte suas funções orgânicas, devido à natureza que dispoz a ser mãe...Ao que dizem os jornais, no Rio, já estão formados , nada menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo Horizonte também já estão constituindo-se outros.

E, neste crescendo, dentro de um ano, é provável que, em todo o Brasil, estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol, ou seja: 200 núcleos destroçadores da saúde de 2.200 futuras mães que, além do mais, ficarão presas de uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes.

(José Fuzeira, em carta datada de 25/04/1940 e repercutida pela imprensa) (TEIXEIRA JÚNIOR, 2006).

Da presidência da República, a carta foi encaminhada à Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Saúde que por sua vez a repassou à sua Subdivisão de Medicina Especializada, onde recebeu não só o parecer da “voz da ciência” como todo o seu apoio na cruzada contra as mulheres futebolistas (FRANZINI, 2005). Em abril de 1941, surge o Decreto-Lei 3.199 e seu artigo 54 onde afirmava que “as mulheres não se permitiria a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país” (FRANZINI, 2005).

Proibia a mulher de praticar alguns esportes tais como: lutas, pólo, pólo aquático, rugby, halterofilismo, baseball, futebol, futebol de salão e futebol de praia (TEIXEIRA JÚNIOR, 2006). Deixava a critério do CND a definição de quais esportes elas poderiam praticar. E havia uma série de esportes “recomendáveis”, como já mostrava o citado laudo da Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Saúde: tênis, voleibol, críquete, natação e ciclismo (FRANZINI, 2005).

Teixeira Júnior (2006) cita que o decreto foi revogado em 1979 pelo CND, portanto 38 anos após sua proibição. Já Franzini (2005), afirma que a proibição só veio a ser revogada na década de 1980, e se fez acompanhar da criação de departamentos de futebol feminino em vários clubes do país. O ano de 1982 passa a ser o marco de uma nova era para o futebol feminino , quando começam a surgir equipes de futebol, sendo que a carioca Radar Futebol Clube, foi a que mais se notabilizou, revelando grandes jogadoras e desmistificando o fato de que futebol era só pra “macho” (TEIXEIRA JÚNIOR, 2006).

Em 08/01/83 o Conselho Nacional de Desportos (CND), liberou a prática do Futebol de Salão para as mulheres. A partir dessa data os campeonatos começaram a surgir em vários estados, no entanto nenhum sendo oficial e reconhecido pela CBFS. Antes disso alguns estados já faziam seus campeonatos locais e metropolitanos (SANCHES e BORIM, 2006). A prática do Futebol de Salão Feminino foi autorizada pela Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA) em 23 de abril de 1983 (TEIXEIRA JÚNIOR, 2006). O primeiro campeonato oficializado pela CBFS foi a I Taça Brasil de Clubes, realizada em Mairinque-SP em janeiro de 1992 com a participação de 10 equipes indicadas por suas federações, já que por não haver campeonatos nacionais a maioria das federações não organizavam campeonatos estaduais. Os estaduais começaram a ser organizados a partir de 1992 e os campeões de cada Estado garantiriam vaga a Taça Brasil do ano seguinte (SANCHES e BORIM, 2006).

A hegemonia do Futsal Feminino a partir de 1995 passou a ser de São Paulo com a equipe da Marvel de Santos e depois com a Associação Sabesp de São Paulo. Os outros estados cresciam, melhorando o nível tático de suas equipes. A partir de 2003 a hegemonia em nível nacional passou a ser do Rio Grande do Sul com a equipe do Chimarrão de Estância Velha. Em 2005 surgem boas equipes em Santa Catarina culminando com o título brasileiro do Kinderman de Caçador em 2005 e 2006 (SANCHES E BORIM, 2005).

O processo de renovação teve seu início em São Paulo que foi o estado que oficializou os primeiros campeonatos de base. Outros estados como Paraná e Santa Catarina iniciavam o processo de renovação com a criação de competições para as categorias de base, ocorrendo um nivelamento técnico nos campeonatos e maior interesse pela prática do Futsal Feminino (SANCHES E BORIM, 2005).

Surge então a I Taça Brasil de Clubes Sub-20 em 2003. O sucesso foi imediato e inspirou a criação da I Taça Brasil de Clubes Sub-15 em 2004. A única categoria que ainda não tinha seu campeonato brasileiro era a Sub-17 que foi realizado em outubro de 2005 (SANCHES e BORIM, 2005). Outro campeonato importante que foi acrescentado a categoria feminino a partir de 2002 foi o Campeonato Brasileiro de Seleções a ser realizado nos anos pares (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE SALÃO, 2006).

A CBFS inovou e criou o Departamento Feminino dirigido por Inês dos Santos de São Paulo de 2001 a 2004, e a partir de 2003 criou um quadro de arbitragem totalmente feminino que vem atuando em todos os campeonatos da categoria (SANCHES e BORIM, 2006). Essas decisões foram importantes para o crescimento e ajudaram a impulsionar o Futsal Feminino em todo Brasil. Em 2005 o departamento feminino da CBFS passou a ser dirigido por Astrogildo Piedade do Pará. Outra grande conquista do Futsal Feminino foi a criação da I Liga Feminina de Futsal que teve a participação de 10 equipes divididas em 3 grupos na sua 1° edição (SANCHES e BORIM, 2005).

Com a experiência de quem comanda uma Liga Futsal masculina com sucesso absoluto, a CBFS levou sua estrutura de trabalho para o feminino. A primeira experiência mostrou que a aposta foi acertada. Dez equipes participaram do campeonato em 2005 e a resposta foi a melhor possível. Os jogos foram de ótimo nível técnico, as atletas mostram habilidade e a torcida compareceu aos ginásios (LIGA FUTSAL, 2006).

Outro passo importante para o Futsal Feminino foi a convocação da 1° Seleção Brasileira de Futsal para o Desafio Internacional contra o Paraguai. A partir dessa 1° convocação, a Seleção Brasileira foi convocada novamente em 2005 para amistosos com a Espanha, considerada também como no masculino, uma das melhores seleções do mundo. Após os amistosos a Seleção Brasileira disputou o I Sul Americano em Barueri/SP, com participação do Paraguai, Uruguai, Argentina, Peru e Equador onde o Brasil sagrou-se campeão da competição ( SANCHES e BORIM, 2005).

O investimento no Futsal Feminino é a tendência de todas as Federações Internacionais a partir de agora. Como a modalidade luta para fazer parte do programa olímpico, o fortalecimento da categoria é primordial (LIGA FUTSAL, 2006). A realidade do Futsal Feminino no Brasil ver-se-á nas novas estruturas de trabalho, desde a contratação de profissionais da área, um treinador capacitado, preparadores físicos, treinadores de goleiras, fisiologistas, médicos, tudo isso porque as competições estavam exigindo cada vez mais deste suporte, para que as equipes conseguissem resultado positivo nas competições, e não mais uma mera participação de seu clube ou de seu estado (TORRES, 2006).

No Brasil a presença feminina dentro das quatro linhas ainda busca as suas afirmações, assim como fora das quadras a mulheres também buscam seus espaços como treinadoras, preparadoras físicas e outras atividades ligadas ao futsal feminino. Percebe-se que as mulheres estão cada vez mais ganhando esse espaço, Maria Cristina Oliveira é técnica da Associação Sabesp e da Seleção Paulista de futsal feminino, ela é a técnica que mais vezes conquistou títulos nacionais em categoria adulto com 5 títulos. Além dela a Associação Sabesp possue também duas mulheres no comando da preparação física da equipe são elas Karin Midori Uehara e Mabel Martins Mansano.

Outras equipes também contam com mulheres no comando é o caso da Unopar/Londrina/Grêmio Londrinense/PR com Vanda Cristina Sanches na equipe adulta e Jayne Maria Borim nas categorias de base da mesma equipe. A Unesc/SC conta com Sabrina Cassol, na preparação fisica das meninas e a Associação Atlética Hidráulica Brasil/GO tem Daniela de Lima Carvalho como auxiliar técnica e preparadora física. A Associação Maringá também possue Shirley Terezinha Antunes na preparação física da equipe. A Sumov Atlético Clube tem a preparadora física Geórgia Tath Lima de Oliveira.

Entre preconceitos, dúvidas, credibilidade, o futsal feminino no Brasil conseguiu vencer barreiras importantes na sociedade, e hoje cada vez mais praticantes estão a procura de escolinhas de futsal e clubes para jogar, e mais, algumas equipes que disputam a Liga Nacional oferecem as atletas além de salários, alojamentos, alimentação e um fator primordial hoje em dia, a universidade (TORRES, 2006).

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História do Futsal

Existe uma grande polêmica em torno de quem criou o Futebol de Salão. Sem dúvida alguma se pode afirmar que foi o Uruguai quem redigiu as primeiras regras. Cabe ao Brasil a responsabilidade de seu crescimento e ordenação como modalidade esportiva (VOSER, 1999). O Futebol de Salão nasceu nos anos 30 e foi criado na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, Uruguai, pelo então diretor de seu departamento de menores, professor Juan Carlos Cerani. Em 1933 ele redigiu as primeiras regras fundamentadas no futebol, basquete, handebol e pólo aquático (VOSER, 1999).

Para Tenroller (2004) o futsal é considerado por muitas pessoas genuinamente brasileiro. Pois sua difusão se deu de forma muito rápida no Brasil principalmente pela ACM de São Paulo. Onde alguns brasileiros que participavam da ACM do Uruguai, retornavam para trazerem as primeiras regras organizadas por Carlos Ceriani professor a ACM. Em março de 1958, a então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) oficializou a prática do Futebol de Salão no país, fundando o Conselho Técnico de Futebol de Salão, tendo as federações estaduais como filiadas. Em 1969, foi fundada a Confederação Sul Americana, nesta época começaram a surgir os primeiros campeonatos sul – americanos de clubes e seleções nacionais (VOSER, 1999).

O Futebol de Salão ganha o mundo, surge em 25/07/71 a Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), fundada no Rio de Janeiro, tendo João Havelange como 1° presidente (SANTANA, 2006). O surgimento da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) aconteceu em 1979 quando os esportes brasileiros sofreram transformações radicais já reclamadas há algum tempo, a mais importante foi o desaparecimento da Confederação Brasileira de Desportos, responsável pelo futebol e várias outras modalidades que não tinham Entidades Nacionais organizadas e dependiam das "migalhas" da CBD (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE SALÃO, 2006).

Assim, no dia 15 de Junho de 1979, no Rio de Janeiro, foi oficialmente fundada a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, sendo os seguintes os estados fundadores: Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Sergipe, Amazonas, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Paraíba, Mato Grosso, Brasília, Acre, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Amapá, Alagoas e Goiás (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE SALÃO, 2006).

A década de 90 representa a grande mudança no Futebol de Salão. Da fusão do Futebol de Cinco (praticado pela FIFA) com o Futebol de Salão (praticado pela FIFUSA) surgiu o FUTSAL (VOSER, 2003). Em 1989 a FIFA homologou a supervisão do futsal mediante extinção da FIFUSA e a criação de sua Comissão de Futsal.

Atualmente a entidade nacional, CBFS, dirigente do Futsal, conta com vinte e sete (27) Federações Estaduais filiadas, congrega cerca de 3.500 clubes e associações, o que perfaz um total de aproximadamente 289.000 atletas inscritos e registrados na CBFS até janeiro de 2005. A entidade promove anualmente competições nacionais e internacionais de clubes e seleções, nas categorias infantil, juvenil, adulto e feminino (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE SALÃO, 2006).

Alguns dados que deverão, ano a ano, serem superados: o Brasil possui 5000 equipes de futsal, mais de 180 mil de atletas federados, 27 federações, 1672 clubes, mais de 350 atletas no exterior; no mundo, mais de 70 países praticam o futsal; depois do Brasil, os países com maior número de participantes são: Espanha (1 milhão), República Checa (300 mil), Itália (210 mil) e Austrália (120 mil). O futsal é o esporte com o maior número de praticantes no Brasil (SANTANA, 2006).

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